Previsões Forex (07 a 12 de dezembro): Cortes de Juros da FED e Commodities em Alta

Publicado em 07/12/2025

De 07 a 12 de Dezembro de 2025, os mercados financeiros globais se preparam para uma das semanas mais carregadas do ano, com quatro decisões de bancos centrais no radar e dados econômicos cruciais. O foco absoluto recai sobre o Federal Reserve dos EUA, com o mercado precificando uma probabilidade de 86% para um corte de juros de 0.25% em 10 de dezembro. Este movimento amplamente antecipado, somado a sinais de resfriamento inflacionário e a um sentimento de “risk-on” em recuperação, promete uma volatilidade significativamente elevada em pares de moedas, índices e commodities. A última semana já deu o tom, com o Dólar Americano (USD) se destacando como a moeda mais fraca entre as principais, enquanto a Prata (XAG/USD) rompeu para novas máximas históricas, liderando uma forte alta nos metais preciosos. Este artigo mergulha nas projeções técnicas e fundamentais que irão guiar traders na navegação por este terreno movediço.

Panorama Fundamental e Sentimento do Mercado: A Pressão Dovish sobre o Dólar

O sentimento de mercado na semana passada foi marcado por uma recuperação modesta do apetite ao risco, que pressionou o Dólar Americano para baixo, contrariando sua tendência de alta de longo prazo. Dados econômicos dos EUA pintaram um quadro misto, mas com nuances importantes para a narrativa de política monetária. O índice de Preços PCE Core, a medida de inflação preferida pelo Fed, veio conforme o esperado. No entanto, as Expectativas de Inflação Preliminares da Universidade de Michigan caíram de 4.5% para 4.1%, um sinal de que os consumistas veem pressões inflacionárias de longo prazo diminuindo. Este dado, combinado com uma leve piora na Mudança de Emprego Não-Agrícola da ADP e um PMI de Manufatura do ISM mais fraco que o esperado, alimentou as expectativas de que o Fed terá espaço para um corte de juros nesta semana.

Do outro lado do mundo, o Produto Interno Bruto (PIB) da Austrália desapontou, crescendo apenas 0.4% no trimestre, o que pode exercer pressão dovish sobre o Reserve Bank of Australia (RBA). Já no Canadá, uma surpresa positiva veio da Taxa de Desemprego Canadense, que caiu inesperadamente de 6.9% para 6.5%, indicando uma economia muito mais robusta do que se previa e reduzindo a probabilidade de novos cortes de juros pelo Bank of Canada (BoC). Na Suíça, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) mostrou uma deflação mais forte que o esperado (-0.2% mensal), um fator que, se não combatido pelo Swiss National Bank (SNB), pode oferecer um impulso bullish para o Franco Suíço (CHF). Em resumo, o ambiente fundamental sugere ventos contrários para o Dólar Americano e Australiano, enquanto fortalece o caso para o Dólar Canadense e, possivelmente, para o Franco.

A Agenda da Semana: O Palco Está Armado para a FED e seus Pares

A semana de 08 a 12 de dezembro será dominada por eventos de alto impacto, prometendo volatilidade muito provavelmente maior do que na semana anterior. A hierarquia de importância é clara:

1. Federal Reserve dos EUA (Taxa de Juros, Declaração e Projeções): O evento principal da semana e possivelmente do mês. O mercado espera veementemente um corte de 0.25% na taxa de juros. Qualquer desvio desta expectativa – seja a manutenção das taxas, seja um corte maior – causará um tremor sísmico nos mercados. A declaração e as projeções econômicas (o “dot plot”) serão minuciosamente analisadas em busca de pistas sobre o ritmo futuro de afrouxamento monetário.
2. Bank of Canada (Taxa Overnight e Declaração): Após o forte dado de emprego, a expectativa é que o BoC mantenha as taxas de juros inalteradas. O tom da declaração será crucial para avaliar a força do Dólar Canadense (CAD).
3. Reserve Bank of Australia (Taxa de Juros e Declaração): Também espera-se que o RBA mantenha as taxas, mas seu tom pode refletir preocupação com o fraco crescimento do PIB trimestral.
4. Swiss National Bank (Taxa de Política Monetária e Avaliação): A expectativa é de manutenção. O mercado observará se o banco expressa preocupação com a deflação e sinaliza alguma ação futura.
5. Dados Econômicos dos EUA: O Índice de Custo do Emprego (ECI), as Vagas de Emprego JOLTS e as Reivindicações de Desemprego trarão mais informações sobre a resistência do mercado de trabalho americano.
6. Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido: Espera-se um aumento mínimo. Um dado negativo pode acender temores de recessão e enviar a Libra Esterlina (GBP) para baixo.

Esta densa agenda garante que os pares de moedas e ativos sensíveis ao risco se movimentem de forma acentuada, exigindo cautela e gestão de risco rigorosa por parte dos traders.

Análise Técnica e Previsões para os Principais Ativos

Índice Dólar Americano (DXY): O Suporte em Prova

O Índice Dólar imprimiu mais um candlestick semanal bearish, aprofundando a correção recente. Tecnicamente, o preço ainda se mantém acima dos níveis de 13 e 26 semanas atrás, o que, por uma métrica de longo prazo, mantém uma tendência bullish em vigor. No entanto, seu prolongamento parece cada vez mais duvidoso. O nível de suporte crucial a ser observado é 98.55. Este nível foi testado e rejeitado na semana passada, um sinal tecnicamente positivo, mas o impulso geral continua negativo. A postura mais sensata até a decisão do FOMC na quarta-feira é de neutralidade em relação ao Dólar Americano. Um corte de juros conforme esperado pode prolongar a fraqueza, enquanto uma surpresa de manutenção poderia desencadear uma valorização forte da moeda.

USD/CAD: O Dólar Canadense em Ascensão Impulsionado por Dados e Petróleo

O par USD/CAD apresenta um dos cenários técnicos mais definidos. O gráfico semanal formou um grande e bearish candlestick que fechou exatamente em sua mínima, confirmando um poderoso rompimento de baixa (bearish breakdown) de um canal de alta de longo prazo. Este movimento é sustentado por fundamentos sólidos: o forte dado de emprego canadense reduz expectativas de cortes de juros, enquanto o aumento nos preços do petróleo bruto e o apetite ao risco beneficiaram o CAD como uma moeda commodity. A combinação de Dólar Americano fraco e Dólar Canadense forte cria um momentum poderoso. Embora este não seja tradicionalmente um par ideal para traders de tendência, o momentum de baixa é tão expressivo que pode oferecer oportunidades interessantes para day trading no lado vendido (short), especialmente no início da semana.

USD/MXN: A Força Persistente do Peso Mexicano

A tendência de longo prazo no par USD/MXN é decrescente, mantendo-se mesmo durante fases de fortalecimento do Dólar Americano. O Peso Mexicano (MXN) tem sido uma das moedas mais fortes por um bom tempo. Na semana passada, o par formou um candlestick semanal pequeno, porém significativamente bearish, atingindo uma nova mínima em aproximadamente 18 meses. O spread relativamente alto deste par pode dificultar o day trade, mas ele se torna interessante para uma operaçãode carry trade no lado vendido (short), uma vez que a taxa de juros do Banco Central do México é de 7.5%, gerando um swap overnight positivo para posições vendidas. É uma alternativa para quem acredita na continuação da força do Peso e em uma mudança na tendência de alta do Dólar.

Índice S&P 500: O Bull Market à Espera de um Novo Rompimento

O Índice S&P 500 continuou sua subida na semana passada, fechando em uma nova máxima histórica para um fechamento semanal. O mercado permanece em um bull market, com o sentimento de “risk-on” sendo reforçado pela expectativa do corte de juros do Fed. Um fator bullish adicional é que o rali atual parece mais amplo e diversificado, não se concentrando apenas em ações de tecnologia. No entanto, do ponto de vista de entrada técnica, a previsão é aguardar um rompimento confirmado acima de 6920 (um novo fechamento diário recorde acima deste nível) antes de considerar novas posições compradas (long). Esse rompimento agiria como um catalisador para a próxima onda de alta.

Prata (XAG/USD): O Retorno Triunfal de um Ativo Volátil

A Prata é, sem dúvida, o ativo de destaque das últimas semanas. Após uma correção significativa a partir do pico de outubro, que chegou a sugerir a formação de um topo duplo bearish, o metal reacendeu seu momentum com um forte rompimento bullish (bullish breakout) de grande magnitude. Na semana passada, a alta continuou, levando o preço a uma nova máxima histórica absoluta. A Prata está liderando o avanço dos metais preciosos, com ouro também mostrando força. A volatilidade é extremamente alta e os movimentos podem ser desordenados, mas a direção principal é claramente de alta. Dada a natureza deste “segundo rompimento” e o ambiente volátil, a abordagem recomendada é considerar uma posição comprada (long) com metade do tamanho normal da posição para melhor gerenciar o risco.

Conclusão e Perspectivas para as Melhores Oportunidades de Trade

Diante deste cenário complexo de múltiplos eventos de risco e tendências técnicas bem estabelecidas, as melhores oportunidades de trade para a semana parecem convergir para ativos que combinam momentum técnico com suporte fundamental.

A primeira oportunidade reside no Índice S&P 500, desde que confirme sua força com um fechamento diário acima do nível de 6920. Esse rompimento validaria a continuação do bull market em um momento de potencial estímulo monetário, oferecendo um cenário de alta com boa relação risco-retorno.

A segunda e mais explosiva oportunidade está na Prata (XAG/USD). O metal demonstrou uma força extraordinária, rompendo para máximas histórias com vigor. O ambiente de dólar potencialmente fraco, juros mais baixos (que reduzem o custo de oportunidade de manter metais não rendosos) e seu status de ativo real em um momento de ajuste monetário criam um coquetel bullish. A recomendação de entrar com metade do tamanho normal da posição é um ajuste prudente à sua alta volatilidade inerente, permitindo capturar o potencial de alta enquanto limita a exposição a movimentos bruscos.

Em resumo, a semana de 07 a 12 de dezembro de 2025 será um teste de fogo para as tendências estabelecidas. O corte de juros do Federal Reserve será o epicentro, mas as reações do Dólar Canadense, do Peso Mexicano e dos metais preciosos provavelmente escreverão os capítulos mais dinâmicos. Traders devem priorizar a gestão de risco acima de tudo, pois a volatilidade elevada garantirá movimentos rápidos e, por vezes, imprevisíveis. A chave será seguir o momentum confirmado pelos preços, usando os níveis técnicos e fundamentais descritos como um mapa para navegar neste território financeiro decisivo.