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O Que Esperar do Mercado Forex em 2026: Tendências e Estratégias
Resumo:À medida que nos aproximamos de 2026, o mercado cambial global se prepara para um período definido por divergências políticas e monetárias sem precedentes. As trajetórias distintas dos principais bancos centrais – o Federal Reserve (Fed) norte-americano, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) – devem ser o principal motor das flutuações das principais moedas. Este artigo, baseado em análises aprofundadas e projeções de mercado, explora as tendências mais prováveis para os principais pares cambiais no próximo ano, destacando os fatores fundamentais, técnicos e geopolíticos que todo trader e investidor deve monitorar. A tese central para 2026 é clara: um dólar americano (USD) sob pressão, enquanto moedas como o euro (EUR), o dólar australiano (AUD) e, especialmente, o iene japonês (JPY), podem encontrar trilhos de valorização, cada um impulsionado por dinâmicas internas e externas específicas.

Publicado em 28/12/2025
À medida que nos aproximamos de 2026, o mercado cambial global se prepara para um período definido por divergências políticas e monetárias sem precedentes. As trajetórias distintas dos principais bancos centrais – o Federal Reserve (Fed) norte-americano, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) – devem ser o principal motor das flutuações das principais moedas. Este artigo, baseado em análises aprofundadas e projeções de mercado, explora as tendências mais prováveis para os principais pares cambiais no próximo ano, destacando os fatores fundamentais, técnicos e geopolíticos que todo trader e investidor deve monitorar. A tese central para 2026 é clara: um dólar americano (USD) sob pressão, enquanto moedas como o euro (EUR), o dólar australiano (AUD) e, especialmente, o iene japonês (JPY), podem encontrar trilhos de valorização, cada um impulsionado por dinâmicas internas e externas específicas.
A Grande Divergência: Política Monetária Como Norte Do Mercado
O tema dominante para o mercado forex em 2026 é, sem dúvida, a divergência de políticas monetárias. Após um ciclo de cortes agressivos em 2024 e 2025, que reduziu a taxa de juros básica dos EUA para a faixa de 3.50% - 3.75%, o Federal Reserve deve continuar seu caminho de afrouxamento. As projeções indicam mais um a dois cortes de 25 pontos-base (bps), levando os juros para uma postura considerada neutra, próxima de 3.00% - 3.25%. Este movimento é uma resposta a um crescimento econômico moderado, um resfriamento do mercado de trabalho e a inflação, que finalmente parece estar cedendo. Em contraste, o Banco Central Europeu (BCE), após uma série de oito cortes que trouxeram sua taxa de depósito para 2.00%, deve entrar em uma pausa prolongada durante todo o ano de 2026. Com a inflação projetada em apenas 1.7% para o próximo ano, não há pressa para novos ajustes. Do outro lado do mundo, o Banco do Japão (BoJ) está finalmente sinalizando o início de um processo de normalização monetária, após anos de política ultraacomodatícia. Essa convergência do BoJ, combinada com a divergência do Fed, irá reduzir drasticamente os diferenciais de juros que sustentaram a força do dólar por anos, criando ventos contrários estruturais para a moeda americana.
Dólar Americano (USD): Enfrentando Ventos Contrários Estruturais
O Índice Dólar (DXY) passou por um ano extremamente volátil em 2025, registrando uma queda de 9.1% no acumulado do ano, impulsionado inicialmente pelo chamado “Trump Trade” e subsequentemente pelas desilusões com políticas tarifárias agressivas e pela pressão política sobre a independência do Fed. Para 2026, as perspectivas continuam desafiadoras. A combinação de cortes de juros pelo Fed e a normalização em outros bancos centrais deve pressionar ainda mais o dólar. O DXY tem potencial para se mover em direção à faixa dos 90 pontos até o final de 2026. Um fator adicional de incerteza é a mudança na liderança do Fed, com o mandato do presidente Jerome Powell terminando em maio. Qualquer percepção de politização ou mudança de rumo na condução da política monetária pode adicionar outra camada de sentimento negativo em relação ao dólar. No entanto, é crucial ressaltar que essa fraqueza esperada está condicionada à continuidade do recuo da inflação nos EUA. Se as pressões de preços persistirem, forçando o Fed a manter a política restritiva por mais tempo, o DXY poderia encontrar apoio nos níveis atuais, contrariando as projeções mais pessimistas.
Euro (EUR): Força Derivada De Fraqueza Alheia E Estímulo Alemão
O par EUR/USD teve um desempenho notável em 2025, valorizando-se 12.9%. Para 2026, a apreciação deve continuar, mas principalmente como um reflexo da fraqueza do dólar, e não de uma força intrínseca do euro. O diferencial de juros entre o BCE em pausa e o Fed em corte criará um vento de cauda significativo para o par. Além disso, um fator doméstico crucial está ganhando força: o fim do conservadorismo fiscal alemão. O novo governo de coalizão aprovou um pacote de gastos histórico de €1 trilhão, incluindo um fundo de infraestrutura de €500 bilhões. Esta mudança fiscal expansionista pode elevar o crescimento do PIB alemão de 0.3% em 2025 para 1.4% em 2026, conforme estimativas do Goldman Sachs, melhorando as perspectivas para toda a zona do euro. No entanto, o lado negativo é evidente: a instabilidade política na França atua como um freio persistente. Com dívida pública crescendo e sem um orçamento aprovado, o risco-país francês, refletido no spread dos títulos de 10 anos frente aos alemães, mantém o sentimento cauteloso em relação ao euro. A projeção base para o EUR/USD é de uma valorização gradual em direção à faixa de 1.19 - 1.21 até o final de 2026, embora seu desempenho possa ficar atrás de moedas da Ásia-Pacífico devido aos problemas franceses. Tecnicamente, romper a resistência imediata em 1.19 abriria caminho para testar a máxima de maio de 2021 em 1.22.
Dólar Australiano (AUD): Um Aliado Da Commodity Em Um Mundo Em Crescimento
O AUD/USD está prestes a encerrar uma sequência de quatro anos de perdas, registrando um ganho de 7.31% em 2025. Para 2026, as condições estão maduras para uma continuação da recuperação. A moeda australiana deve se beneficiar da intersecção de vários fatores positivos. Primeiro, o viés de fraqueza do dólar americano na primeira metade do ano cria um ambiente favorável. Segundo, a economia australiana continua a receber apoio robusto das commodities. A demanda global por minério de ferro, carvão e produtos agrícolas permanece firme, enquanto novos vetores de crescimento, como cobre, terras raras e ouro, proporcionam uma valiosa diversificação para o setor de recursos do país. Terceiro, um ambiente de crescimento global pró-cíclico e melhores previsões de PIB mundial tendem a favorecer moedas de maior rendimento, como o AUD. Quarto, os diferenciais de juros devem se mover a favor do dólar australiano. Enquanto o mercado projeta o Fed Funds terminando 2026 em 3.00% - 3.25%, a taxa oficial de juros do Reserve Bank of Australia (RBA) é esperada acima de 4.00%, invertendo a vantagem histórica do USD. Por fim, fundos de pensão australianos estão aumentando seus índices de hedge cambial, reduzindo uma pressão estrutural de venda do AUD. A projeção técnica aponta para uma recuperação em direção a 0.6940 - 0.6950 até meados de 2026, após uma recente ruptura acima da resistência de tendência de baixa de vários anos. Um fechamento semanal acima da média móvel de 200 semanas em 0.6643 será um sinal confirmatório importante.
Iene Japonês (JPY): O Grande Candidato À Valorização Em 2026
Dentre todas as moedas, o iene japonês (JPY) se destaca como aquele com o caso fundamental mais convincente para uma valorização sustentada em 2026. Após anos de extrema fraqueza, o cenário está mudando rapidamente. O motor principal será a convergência dos diferenciais de rendimento. Enquanto o Fed corta, o Banco do Japão (BoJ), forçado pelo risco de inflação importada e pelo recuo dos riscos tarifários, sinalizou uma virada hawkish e a disposição de aumentar os juros de forma iminente. Este movimento, ainda que gradual, iniciará um processo de normalização monetária que reduzirá drasticamente a vantagem de carry que sustentou pares como USD/JPY. Modelos de Paridade do Poder de Compra (PPC) sugerem que o iene está significativamente subvalorizado, com uma faixa de equilíbrio estimada entre 80 e 125 por dólar. Isso fornece um amplo espaço para apreciação. A projeção base para o USD/JPY é de uma negociação entre 151 - 155 no primeiro trimestre, com uma queda gradual para 146 - 148 até o final do ano, representando uma desvalorização de 5% - 6% para o dólar. No entanto, riscos permanecem: intervenções das autoridades japonesas podem ocorrer se o par se aproximar de 160 novamente, e o desenrolar (unwind) de carry trades em iene (estima-se um mercado de cerca de US$ 1 trilhão) pode causar volatilidade episódica. A boa notícia é que parte desse ajuste já ocorreu, e o posicionamento especulativo já é líquido comprado em iene, sugerindo que qualquer desalavancagem futura será mais gradual.
Commodities Em Destaque: O Cobre E Sua Hora De Brilhar
Para além das moedas, uma commodity específica merece atenção especial no cenário de 2026: o cobre. Conhecido como “Dr. Copper” por seu papel de barômetro da economia global, o metal está no centro de duas mega-tendências: a revolução da Inteligência Artificial (IA) e a transição energética para veículos elétricos (EVs). Data centers de IA podem demandar até 10 vezes mais carga elétrica que instalações tradicionais, exigindo toneladas sem precedentes de cobre para fiação e sistemas de resfriamento. Paralelamente, a demanda por cobre na transição energética deve triplicar nos próximos 20 anos. Este pico de demanda ocorre em um momento de restrições persistentes de oferta, com interrupções em países como Chile, Peru e Indonésia. Estima-se um déficit de 19 milhões de toneladas nos próximos 25 anos. Em 2025, o cobre já subiu mais de 30% na Comex e 42% na LME, atingindo máximas histórias. Para 2026, com um dólar mais fraco e cortes de juros do Fed, o cenário é propício para que os preços atinjam novos patamares recordes. O rácio cobre-ouro está em mínimas de décadas, sugerindo uma subvalorização relativa do metal industrial. Tecnicamente, a manutenção da tendência de alta desde 2022 aponta para alvos na região de USD 6.50 por libra.
A Ascensão Da Volatilidade: Preparando-Se Para Um Ano Mais Turbulento
Um dos alertas mais importantes para 2026 é a expectativa de um aumento estrutural da volatilidade nos mercados financeiros como um todo. Os surtos de volatilidade observados em 2025, ligados a tarifas, shutdowns governamentais e mudanças de política, tenderam a se dissipar rapidamente, sustentados por um “lance complacente” (complacent bid) em ativos de risco. No entanto, médias móveis de indicadores como o Índice VIX (que mede a volatilidade implícita do S&P 500) vêm subindo de forma consistente desde meados de 2024. Isto sugere que o ambiente de base está se tornando mais propício a movimentos bruscos. Com mercados de ações em máximas históricas, criptomoedas em alta e ativos de refúgio como o ouro valorizados, qualquer choque negativo pode desencadear correções mais significativas e uma fuga para a liquidez. Para os traders de forex, isto ressalta a importância de gestão de risco rigorosa. Pares que são sensíveis ao “risk-on/risk-off”, como o AUD/JPY, ou que carregam grandes posições de carry trade, como o USD/JPY, podem ser particularmente voláteis. Estratégias que se beneficiam de maiores oscilações ou que se protegem contra elas podem se tornar mais relevantes no próximo ano.
Considerações Finais E Estratégias Para 2026
O panorama para o mercado forex em 2026 é de transição e realinhamento. A narrativa de força absoluta do dólar americano, sustentada por altos juros, dá lugar a um cenário mais matizado, onde a política monetária divergente e a busca por valor relativo ganham protagonismo. As estratégias para o próximo ano devem considerar os seguintes eixos:
- Posicionamento Contrário ao Dólar: A pressão sobre o USD parece ser a tendência mais clara, especialmente na primeira metade do ano. Pares como EUR/USD e AUD/USD são candidatos naturais a se beneficiarem desta dinâmica, embora com desafios específicos (política francesa para o euro, dependência de commodities para o AUD).
- Aposta na Normalização Japonesa: O JPY se apresenta como uma das oportunidades mais interessantes, com um forte argumento fundamental baseado na convergência de juros e na subvalorização extrema. Operações de venda de USD/JPY em rallies podem ser estrategicamente vantajosas, sempre atentos aos riscos de intervenção.
- Exposição à Commodity Estrutural: O cobre não é apenas uma commodity, mas um ativo ligado às tendências tecnológicas e energéticas mais transformadoras da próxima década. Sua performance pode impactar diretamente moedas de exportadores, como o AUD e o peso chileno (CLP).
- Preparação para Maior Volatilidade: Aumentar a resiliência da carteira através de hedges, tamanhos de posição conservadores e foco em pares com tendências mais definidas pode ser prudente. A volatilidade, embora arriscada, também cria oportunidades para traders de curto prazo.
Em última análise, 2026 promete ser um ano onde a análise fundamental detalhada – compreendendo não apenas os dados econômicos, mas também os riscos políticos, os planos fiscais e as comunicações dos bancos centrais – será mais valiosa do que nunca. A adaptação a um ambiente de dólar em transição e a identificação das moedas que melhor capturam as tendências globais de crescimento, política e tecnologia serão as chaves para o sucesso no mercado forex do próximo ano.

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