Resumo:A última semana de outubro promete ser uma das mais movimentadas do ano no mercado forex. Com quatro grandes reuniões de bancos centrais — incluindo o Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão (BoJ) e o Banco do Canadá (BoC) — além do aguardado encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, investidores se preparam para uma explosão de volatilidade nos pares de moeda, ações globais e ativos de refúgio.

Publicado em 26/10/2025
A última semana de outubro promete ser uma das mais movimentadas do ano no mercado forex. Com quatro grandes reuniões de bancos centrais — incluindo o Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão (BoJ) e o Banco do Canadá (BoC) — além do aguardado encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, investidores se preparam para uma explosão de volatilidade nos pares de moeda, ações globais e ativos de refúgio.
O dólar americano (USD) começa a semana em um ponto de inflexão: após semanas de ganhos e uma leve alta no índice DXY, o mercado questiona se o ciclo de valorização está prestes a se consolidar — ou se os cortes de juros esperados pelo Fed provocarão uma reversão estrutural.
Contexto Global: Inflação Menor e Expectativa de Juros Mais Baixos
Os últimos dados de inflação nos EUA mostraram um CPI 0,1% abaixo das projeções, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve reduzirá a taxa básica em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira. O cenário é semelhante no Canadá, onde o índice de preços ao consumidor veio ligeiramente acima das estimativas, mas o mercado já precifica uma redução semelhante pelo Banco do Canadá.
Na Europa, o BCE deve manter sua política monetária estável, mas os traders esperam sinais sobre o cronograma de cortes em 2026. Já no Japão, o BoJ segue pressionado pela desvalorização do iene (JPY), o que pode levar a ajustes sutis na política de controle da curva de juros.
Essas decisões somadas criam o cenário perfeito para movimentos bruscos no câmbio, especialmente entre os principais pares como EUR/USD, USD/JPY, GBP/USD e USD/CAD.
Dólar Americano: Entre o Fed e o Encontro Trump–Xi
O índice do dólar (DXY) registrou um padrão de consolidação na última semana, fechando abaixo da resistência de 98,60, mas sustentando-se acima do suporte técnico de 98,30. Caso o índice ultrapasse 98,60 após o comunicado do Fed, o movimento pode confirmar o início de um novo ciclo altista de longo prazo.
Entretanto, o dólar pode enfrentar pressão se o discurso de Jerome Powell indicar dois cortes consecutivos (outubro e dezembro), como o mercado já projeta. Nesse caso, o euro e moedas emergentes podem ganhar tração.
O fator político também pesa: o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, previsto para quinta-feira, pode adiar ou confirmar as tarifas de 100% sobre importações chinesas, que entram em vigor em 1º de novembro. A depender do tom da negociação, o mercado pode reagir com fortes fluxos de risco ou fuga para o dólar.
Suporte: 98,30
Resistência: 98,60
Tendência: Neutra a levemente altista, com potencial de ruptura pós-Fed
EUR/USD: Expectativas Cautelosas e Zona de Consolidação
O euro (EUR/USD) mostra movimento lateral próximo a 1,1650, em linha com a expectativa de política monetária inalterada pelo BCE. A zona entre 1,1620 e 1,1700 é vista como faixa de equilíbrio, com os investidores aguardando a fala de Christine Lagarde.
Se o Fed confirmar corte de juros e o BCE adotar tom conservador, o par pode avançar acima de 1,1720, reforçando uma tendência altista de curto prazo. No entanto, qualquer sinal de fraqueza econômica na zona do euro, especialmente nos índices de PMI industrial e de serviços, pode reverter o impulso.
Suporte: 1,1620
Resistência: 1,1720
Tendência: Neutra com viés altista pós-Fed
USD/JPY: Pressão Política e Tendência de Alta
O dólar/iene (USD/JPY) é um dos pares mais promissores da semana. A moeda americana segue forte frente ao iene, após romper a resistência de ¥153,08, o que reforça o padrão de alta de seis meses consecutivos.
O novo primeiro-ministro japonês mantém políticas de estímulo fiscal e monetário, enfraquecendo ainda mais o iene. Com o BoJ reunindo-se nesta quinta-feira, qualquer sinal de manutenção da taxa negativa pode impulsionar o par em direção a ¥155, nível considerado chave psicológica.
Suporte: ¥151,60
Resistência: ¥155,00
Tendência: Alta, com potencial de extensão em caso de acordo comercial EUA–China
Libra Esterlina (GBP/USD): Alívio Temporário, Mas Vulnerável
A libra esterlina perdeu força após a divulgação do CPI britânico, que ficou estável em 3,8%, frustrando expectativas de alta. Isso reduziu a probabilidade de novos aumentos de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE), enfraquecendo o par GBP/USD.
Para esta semana, a libra pode se beneficiar de fluxos de correção técnica, mas a falta de catalisadores locais e a dependência do dólar mantêm o par sem direção clara. O ponto-chave será o desempenho do PIB britânico, previsto para quinta-feira.
Suporte: 1,2680
Resistência: 1,2830
Tendência: Lateral, com leve viés de recuperação
USD/CAD: Juros, Petróleo e Inflação em Foco
O dólar canadense (CAD) mostra resiliência após dados de inflação acima do esperado. O Banco do Canadá se reúne nesta quarta-feira, e o consenso do mercado aponta para corte de 25 pontos-base, embora parte dos analistas veja espaço para manutenção da taxa.
O par USD/CAD deve oscilar entre 1,3650 e 1,3800, com viés de baixa caso o preço do petróleo (WTI) continue firme acima de US$ 83 por barril. O Canadá tende a se beneficiar de qualquer otimismo global sobre crescimento e comércio, especialmente se houver um acordo positivo entre EUA e China.
Suporte: 1,3650
Resistência: 1,3800
Tendência: Leve baixa, sustentada pelo petróleo e inflação doméstica
AUD/USD e NZD/USD: Beneficiados pelo Comércio com a China
Os pares AUD/USD e NZD/USD iniciam a semana com perspectiva positiva, sustentados pela expectativa de acordo comercial entre Washington e Pequim. Ambas as moedas são sensíveis à atividade industrial chinesa, que será medida pelo PMI de manufatura na quinta-feira.
O dólar australiano foi a moeda mais forte da última semana, e o movimento pode continuar caso o Fed reduza juros e a China sinalize maior abertura comercial.
AUD/USD: suporte em 0,6650 e resistência em 0,6780.
NZD/USD: suporte em 0,6090 e resistência em 0,6220.
Tendência: Alta moderada, dependente do desfecho Trump–Xi
Perspectiva Técnica: Índices e Correlatos
O S&P 500 e o NASDAQ 100 seguem em máximas históricas, impulsionados pela perspectiva de juros mais baixos e avanço de ações de tecnologia. Ambos os índices devem continuar em alta enquanto o Fed sinalizar política acomodatícia e não houver decepções comerciais.
Nos mercados asiáticos, KOSPI e Nikkei 225 acumulam ganhos superiores a 60% no ano, mas os analistas alertam para realização de lucros e resistências psicológicas — especialmente o nível 50.000 pontos no Nikkei, que pode funcionar como barreira.
Conclusão: Semana de Alta Volatilidade e Oportunidades Pontuais
A semana de 26 a 31 de outubro de 2025 será marcada por decisões cruciais que moldarão o rumo do mercado cambial nos próximos meses. O consenso entre analistas é de que o Fed e o BoC reduzirão juros, enquanto o BCE e o BoJ devem manter posturas conservadoras.
Essas combinações tendem a gerar enfraquecimento do dólar no curto prazo, mas o cenário de longo prazo ainda favorece o USD se os dados macroeconômicos americanos continuarem sólidos.
O grande risco da semana está no encontro Trump–Xi, que pode redefinir a dinâmica do comércio global. Um acordo amigável impulsionaria moedas de commodities (AUD, NZD, CAD) e índices de ações, enquanto um fracasso pode provocar uma fuga generalizada para o dólar e o ouro.
Para traders e investidores, o momento exige disciplina, gestão de risco e observação constante dos comunicados oficiais. A volatilidade é certa — o desafio é transformá-la em oportunidade.
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